Período Medieval (476 – 1400)
O período medieval inclui a música feita a partir da queda de Roma até por volta de 1400. O canto monofônico, também conhecido como canto gregoriano, foi a forma dominante até cerca de 1100. A música polifônica (com múltiplas vozes) se desenvolveu na segunda metade da Idade Média e ao longo do Renascimento, período em que se desenvolveram as formas mais sofisticadas, como os motetos.
Entre os instrumentos de corda típicos do período antigo estão a harpa, o alaúde, a viela e o saltério, enquanto instrumentos de sopro incluíam a família da flauta (incluindo a flauta doce), a charamela (um membro antigo da família do oboé), o trompete e a gaita de foles. Alguns órgãos existiam, porém estavam em sua maioria restritos a igrejas, embora existissem variantes razoavelmente portáteis. Posteriormente, ao fim do período, começaram a surgir versões antigas dos instrumentos de teclado, como o clavicórdio e o cravo. Instrumentos de corda como a viola da gamba também começaram a aparecer no século XVI, juntamente com uma ampla gama de instrumentos de metais e madeiras. A impressão permitiu a padronização das descrições e das especificações destes instrumentos, juntamente com uma maior difusão das instruções de seu uso.
Nota: Foi neste período que a anotação da notas numa pauta e outros elementos da notação musical começaram a tomar forma. Este fato tornou possível a separação da composição de uma peça de música de sua transmissão; sem a música escrita, a transmissão era oral, e estava sujeita a mudanças cada vez que era retransmitida. Com uma partitura, uma obra musical podia ser executada em toda a sua integridade sem a necessidade da presença do compositor. A invenção da prensa de tipos móveis, no século XV, teve grandes consequências na conservação e transmissão da música feita a partir deste período.
Período Renascentista (1400 – 1600)
O período renascentista, que durou aproximadamente de 1400 a 1600, foi caracterizado pelo uso cada vez maior da instrumentação, de linhas melódicas que se entrelaçam, e dos primeiros instrumentos descritos como baixos. A dança como forma de evento social tornou-se cada vez mais difundida, e por consequência formas musicais apropriadas a acompanhar estas ocasiões passaram a ser padronizadas.
Em termos de características musicais, durante o período da chamada música renascentista, no século XIII, começa-se a repetição de melodias inteiras e surge a notação métrica, abandonando-se os ritmos medievais. Em substituição ao sistema modal surgem as tonalidades maiores e menores. Surge ainda o cromatismo na música, tanto quanto passamos a ver um progressivo aumento no uso de instrumentação. Finalmente, um dos principais estilos da época foi o madrigal.
Segundo o Wikipedia, o Madrigal seria uma forma musical mais flexível que surge para dar aos músicos a possibilidade de expressarem sua arte de forma mais livre. Primeiramente, o Madrigal não teria uma restrição própria temática. De figuras heróicas, passando pelas pastoris até as mais populares (a até as mais lascivas). Surgidos na Italia, os madrigais chegavam ao ponto de permitir aos músicos expressarem musicalmente fenômenos cotidianos e naturais como risos, queda de folhas ou a passagem do vento, etc... Até Bach se utilizaria do artifício, incorporando melodias sinuosas
na área em que sua soprano "Blute nur" dentro da representação da sinfonia Paixão Segundo São Mateus apresenta a figura da serpente.
Período Clássico (1730 – 1820)
O período clássico, que vai de cerca de 1750 a 1820, estabeleceu muitas das normas de composição, apresentação e estilo do gênero. Foi durante este período que o piano se tornou o principal instrumento de teclado. As forças básicas necessárias para uma orquestra tornaram-se razoavelmente padronizadas (embora viessem a crescer à medida que o potencial de uma gama maior de instrumentos passou a ser desenvolvido nos séculos seguintes). A música de câmara cresceu e passou a abranger grupos com 8 ou até 10 músicos, em serenatas. A ópera continuou seu desenvolvimento, com estilos regionais evoluindo paralelamente na Itália, na França e nos países de fala alemã, e a ópera-bufa, ou ópera cômica, conquistou maior popularidade. A sinfonia despontou como forma musical, e o concerto foi desenvolvido até se tornar um veículo para demonstrações de virtuosismo técnico dos instrumentistas. As orquestras dispensaram o cravo (que fazia parte do tradicional continuo, no estilo barroco) e passaram a ser regidas pelo primeiro-violino (conhecido como o spalla).
Período Romântico (1815 – 1910)
A música do período romântico, que vai aproximadamente da segunda década do século XIX ao início do século XX, caracterizou-se por uma atenção cada vez maior a uma linha melódica extensa, assim como elementos expressivos e emotivos, paralelando o Romantismo nas outras formas de arte. As formas musicais começaram a se distanciar dos moldes usados na era clássica (mesmo aqueles que já haviam sido codificados), e surgem peças em forma livre como noturnos, fantasias e prelúdios, ao mesmo tempo em que as ideias preconcebidas a respeito da exposição e do desenvolvimento destes temas passaram a ser minimizadas ou mesmo ignoradas. A música tornou-se mais cromática, dissonante, com tonalidades mais coloridas e um aumento nas tensões (no que diz respeito às normas aceitas pelas formas anteriores) envolvendo as armaduras tonais.[32] A canção de arte (ou Lied) amadureceu neste período, bem como as proporções épicas da grand opéra, que culminaram com o Ciclo dos Aneis, de Richard Wagner. Este período foi marcado por Beethowen.
A família de instrumentos utilizada na música clássica, especialmente pelas orquestras, cresceu. Um número maior de instrumentos de percussão apareceu, e os metais assumiram papeis de maior relevância, à medida que a introdução das válvulas rotativas aumentou a amplitude de notas que podiam alcançar. O tamanho da orquestra, que era composta tipicamente por 40 músicos durante o período clássico, foi expandido, chegando a mais de 100 indivíduos. A Sinfonia dos Mil, de Gustav Mahler (1906), por exemplo, já foi executada por uma orquestra com mais de 150 instrumentistas, e um coro de mais de 400 cantores.
Período Moderno (1900 – 2000) e Contemporâneo (1975 – presente)
O período moderno se iniciou com a música impressionista, de 1910 a 1920, dominada por compositores franceses (em oposição ao domínio existente até então dos alemães na arte e, principalmente, na música). Compositores impressionistas como Erik Satie, Claude Debussy e Maurice Ravel usavam escalas pentatônicas, um fraseado longo e ondulante, e ritmos livres. O modernismo (1905 - 1985) marcou um período no qual diversos compositores rejeitaram determinados valores do período da prática comum, tais como a tonalidade, a melodia, a instrumentação e a estrutura tradicionais. Nomes como Dmitri Shostakovich e Heitor Villa-Lobos se destacam nesse período. Compositores, acadêmicos e músicos desenvolveram extensões da teoria e da técnica musical.
A música clássica do século XX engloba uma ampla variedade de estilos pós-românticos, inclui os estilos de composição do romântico tardio, expressionista, modernista e pós-modernista, e a música de vanguarda. O termo "música contemporânea" costuma ser utilizado para descrever a música composta no fim do século XX até os dias de hoje e incluí a música eletrônica de vanguarda, música eletroacústica, a música concreta francesa, neo romantismo, minimalismo, entre outros. Seus maiores expoentes incluem John Cage, Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis, Philip Glass e Steve Reich.
No século XXI, verifica-se uma tendência de retorno à tonalidade, ao mesmo tempo em que recursos surgidos no século XX continuam sendo aproveitados. Importantes compositores em atividade no século XXI são Krzysztof Penderecki, Arvo Pärt e Thomas Adès. Neste século destacam-se também compositoras mulheres, como Missy Mazzoli e Cheryl Frances-Road, além da menina-prodígio Alma Deutscher, nascida em 2005.
Nota: O prefixo neo- é utilizado para descrever uma obra feita no século XX ou contemporânea porém composta no estilo de um período anterior, como clássico ou romântico. O balé Pulcinella, de Stravinsky, por exemplo, é uma composição neoclássica porque é estilisticamente semelhante a obras do período clássico.