Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Heitor Villa-Lobos foi um compositor e maestro brasileiro, nascidou no Rio de Janeiro, que se notabilizou como um dos maiores representantes da música brasileira.

Foi por meio do incentivo de seu pai, um músico amador, que o compositor recebeu as suas primeiras lições na música, de modo que ainda jovem já se apresentava nos cafés, bailes e até nos teatros.

E além daquele grande título, Villa-Lobos também se notabilizou como o maior representante do modernismo brasileiro na música. E como representante deste particular período do desenvolvimento musical, Villa-Lobos traz para as suas obras as nuances culturais das regiões brasileiras, além de incorporar na sua música elementos característicos da música popular e dos povos indígenas brasileiros. No site do Museu Villa-Lobos encontramos além desta imagem representativa de um "Chorão", informações sobre a força desta expressão da música popular brasileira na vida e na obra deste grande músico.

Ainda segundo o verbete "Choro" do Wikipedia, entendemos que os Chorões eram grupos que à sua época recebiam composições principalmente da Europa e as adaptava a uma forma mais abrasileirada, especialmente através do recurso dos improvisos musicais.

Dentro de sua grande produção musical temos desde estudos realizados sobre as obras de ilustres compositores europeus, seus próprios estudos e métodos musicais publicados, como a composição para o filme de Humberto Mauro de 1936, O Descobrimento do Brasil, além de ballets, etc... Villa-Lobos também foi uma figura importante e ativa nos esforços de criar para a música nacional um desenvolvimento administrativo mais unificado e mais estruturado, bem como de caráter cívico e institucional. Um exemplo disso é a sua atividade como diretor da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA), do trabalho para enriquecer a formação dos professores brasileiros e do uso do Canto Orfeônico como método educacional no currículo das escolas.

A sua preocupação com a formação artística musical dentro da educação geral, como também sua participação num sentimento de formação cívica da nação brasileira, e por meio dela surgindo um ambiente de preparação para o desenvolvimento do ensino numa escala maior: assim, nas técnicas de declamação rítmicas, apontadas como sendo importantes não apenas para a arte de cantar, mas também para a fala e para a expressão de alguém como um todo. Abaixo temos uma citação de Villa-Lobos tirado de sua obra Guia Prático 1º Volumept.wikipedia.org/wiki/Canto_Orfeônico, que nos apresenta todo o cuidado do compositor com a educação em bases mais amplas:

Villa-Lobos expressa: - Para tornar-se acessível à mentalidade infantil, a música deverá interessá-la, em primeiro lugar, pelo ritmo e, em seguida, pelo caráter de simplicidade e pelo aspecto socializador da melodia. - As melodias adequadas a essa função socializadora são precisamente aquelas com as quais a criança já se havia familiarizado espontaneamente, isto é, os brinquedos ritmados, as marchas, as cantigas de ninar ou as canções de roda. - A prática dessas melodias criará o estímulo e fomentará o interesse da criança, facilitando de uma maneira sensível a aquisição de noções técnicas decorrentes e necessárias ao canto coral, tais como: o senso rítmico, a educação auditiva e os demais elementos imprescindíveis ao conhecimento da teoria geral.

Resultando disto tudo um trabalho elaborado em diversas esferas da vida social para aproximar música, artes e desenvolvimento social e humano para os jovens que recebem desde cedo uma educação mais consistente e abalizada. É assim que ainda no verbete Canto Orfeônico, o Wikipedia traz citação da pedagoga Ermelinda Paz, do livro, Pedagogia Musical Brasileira no Século XX -Metodologias e tendências pt.wikipedia.org/wiki/Canto_Orfeônico, sobre a preocupação da preparação rítmica, da memória e da melodia, junto com o da abstração, este normalmente presente nos conteúdos nacionais de ensino.

Observa-se que existe um repertório para cada faixa etária: - Crianças até cinco anos: Canções em uníssono com pequena extensão; de preferência, acompanhadas de gestos e ações lúdicas; que contenham elementos facilitadores para a preparação de codificação e decodificação do ritmo e da melodia, e do exercício da memória; apreciação musical a partir de seleção de peças compatíveis com a capacidade de atenção e concentração segundo a idade dos alunos. - Desde cinco a nove anos: Gradativo aumento da extensão e da complexidade rítmica, melódica, harmônica e polifônica; codificação e decodificação de elementos básicos, rítmico-sonoros; apreciação musical. - A partir de nove anos: Desde que se constate capacidade de abstração, inserção de conhecimentos teóricos básicos, estritamente ligados à prática musical e necessários para solidificar a aquisição da codificação e decodificação da música; dados históricos complementares; apreciação musical. Ações pedagógicas paralelas ao aprendizado de canções - Improvisação vocal e instrumental com base em pesquisa sonora abrangente, com inclusão de timbres de qualquer fonte sonora e alturas independentes de escalas e modos convencionais. - Codificação e decodificação livres, a partir da escrita espontânea ao desenvolvimento de qualquer tipo de registro rítmico-sonoro. Os princípios do canto orfeônico nas escolas brasileiras foram então caracterizados pelas adaptações e elaboração de repertório para cada faixa etária, baseando-se principalmente no folclore nacional, reforçando o nacionalismo e a busca pela criação da identidade nacional vivida no século XX.

E que grande produção encontramos na história desta importante figura da música brasileira. Aonde, além de encontrarmos as suas obras, nos deparamos também com a sua preocupação e trabalho para fazer crescer o conceito da música dentro das estruturas civis do Brasil e de crescer com seu status dentro e fora dos meios de formação e educacionais brasileiros.

No que toca às suas composições especificamente, temos ainda nas suas primeiras produções um traço muito marcante dos estilos europeus, especialmente os dos séculos XIX e XX, segundo o verbete do Wikipedia. Contudo, já pelos primeiros anos da década de 1910, o compositor começa a afirmar uma linguagem própria, e para tal se aproveitando de toda a riqueza cultural brasileira, seja com as influências africanas e indígenas, seja com relação à cultura popular nacional propriamente dita. Sendo assim, temos Serestas, Choros e Cirandas, além de obras como o Uirapuru (1917), Amazonas (1917), Lenda do Caboclo (1920), Erosão (1950), ao lado das homenagens aos ilustres compositores europeus e toda a sua produção de Música de Câmara.

Como ainda entre outras importantes composições de Villa-Lobos temos também:

Bachianas brasileiras

pt.wikipedia.org/wiki/Bachianas_brasileiras

Escrita em 1922, fundindo elementos descritivos e material folclórico brasileiro (em especial a música caipira), com as formas pré-clássicas no estilo de Bach, intencionando construir uma versão brasileira dos Concertos de Brandemburgo.

Chôros No. 1

en.wikipedia.org/wiki/Chôros_No._1

Escrita em 1920, descrita pelo próprio Villa-Lobos como "uma produção instintiva de simples imaginação", moldada nas práticas rítmicas e nas células melódicas de cantores, violonistas e pianistas, como Sátiro Bilhar, Ernesto Nazareth, entre outros...

Publicado no canal Youtube: Denian Arcoleo _ 22 de jan de 2011.

Bachianas Brasileiras Nº 2 - IV. Tocata (O trenzinho do caipira)

Publicado no canal Youtube: sinfonicabrasileira _ em 24 de set de 2015.

A Lenda do Caboclo (Villa-Lobos) Yo-Yo Ma's Brazil

Publicado no canal Youtube: Rushcello _ em 12 de abr de 2010.

Valsa da Dor (Arnaldo Estrella, piano)

Publicado no canal Youtube: Instituto Piano Brasileiro _ em 18 de abr de 2016.

Remeiro do São Francisco

Publicado no canal Youtube: Top Classical Music _ em 11 de nov de 2016.

Bachianas Brasileiras No. 5 - Ária (Cantilena)

Publicado no canal Youtube: ThePochaccos _ em 5 de nov de 2011